A morte da princesa Diana e de seu companheiro, Dodi Al-Fayed, que sofreram trágico acidente de carro em Paris, em agosto de 1997, é sem dúvidas o assunto mais comentado e polêmico da sexta e última temporada de “The Crown” (“A Coroa”), da Netflix.
A série, em destaque no catálogo, aborda os acontecimentos que se desenrolaram entre os anos 1997 e 2005. Veja o que é verdade e o que é ficção sobre tudo o que é retratado em relação aos eventos que resultaram na grande perda para a família real:
“The Crown”: fato e ficção sobre a morte de Diana
Flagra de Diana e Dodi em iate
O segundo episódio da última temporada de “The Crown” mostra o momento em que a princesa Diana (Elizabeth Debicki) e Dodi (Khalid Abdalla) são flagrados por um fotógrafo durante um passeio de iate no Mediterrâneo, em 1997. Os cliques ficaram tão famosos quanto o próprio autor das fotos, Mario Brenna, interpretado por Enzo Cilenti.
A série mostra que Mohamed Al Fayed (Salim Daw), pai de Dodi, teria encomendado o flagra, esperando que os registros tornassem o relacionamento deles visível ao público. Brenna, no entanto, afirmou que a forma que a história foi mostrada é “absurda e completamente inventada”.
Em entrevista para o The New York Times, o fotógrafo italiano negou que as fotos foram planejadas e afirmou que passava todos os verões no local em que o iate estava atracado, em Sardenha, encontrando os dois por um “golpe de sorte”.
Pedido de casamento
Ao contrário do que a série da Netflix dá a entender, Dodi nunca teria pedido, oficialmente, Lady Di em casamento. O pai do bilionário até chegou a alegar que seu filho estava noivo da princesa na época do acidente, mas a verdade é que não há nenhuma comprovação de que a proposta de tenha sido, de fato, feita na vida real.
Armação para enganar os paparazzi
Em “The Crown”, pouco antes do acidente que tirou a vida de Diana, um carro é mostrado na frente do hotel Ritz, em Paris, para enganar os fotógrafos enquanto o casal saía pela porta dos fundos. A estratégia foi colocada em prática na vida real, mas não funcionou completamente.
Como alguns paparazzi também estavam na saída alternativa do hotel, a perseguição de motos ao casal aconteceu da mesma forma, resultando na conhecida tragédia. Nas primeiras horas de 31 de agosto de 1997, Diana, Princesa de Gales, faleceu em um hospital de Paris, após ser gravemente ferida no acidente de carro, que passava por túnel rodoviário.
Suposta embriaguez do motorista
No seriado, Henri Paul, motorista encarregado de conduzir Dodi e Lady Di, é mostrado em um bar, ao lado de copos vazios, sinalizando que ele teria ingerido álcool naquela noite e, portanto, poderia ter sido responsável pelo acidente de carro.
Após a tragédia, testes toxicológicos revelaram que Henri tinha, de fato, cerca de três vezes mais álcool no sangue do que o permitido para guiar na França. Além disso, foram encontrados vestígios de um medicamento que, se misturado com álcool, poderia amplificar os efeitos da bebida.
A culpabilidade do motorista, no entanto, até hoje é questionada. Afinal, não há nada que indique que ele bebia com frequência e, inclusive, ele já tinha finalizado seu turno no trabalho quando supostamente havia começado a beber. O próprio inquérito policial afirma ainda que os resultados dos exames toxicológicos não são inteiramente confiáveis.
Sumiço do príncipe William após a morte de Diana
Logo após receber a notícia da morte da mãe em “The Crown”, o príncipe William (Ed McVey) desaparece, causando uma grande comoção. Na série, ele só retorna para casa depois de 14 horas, todo molhado de chuva.
Porém, não há nenhuma confirmação ou evidência sobre tal acontecimento na época. A sequência, portanto, teria sido criada pela Netflix apenas para fins dramáticos da atração.
Posicionamento da Rainha Elizabeth II após a morte de Diana
Na série “The Crown”, a Rainha Elizabeth II (Imelda Staunton) hesita muito e demora para se pronunciar publicamente sobre a morte de Lady Di. O discurso na TV viria somente cinco dias após a tragédia, gerando um grande mal-estar na família real.
O fato retratado na atração aconteceu de verdade e, até hoje, é muito lembrado por críticos da falecida monarca. Na época, ao se dirigir ao público, Elizabeth II explicou que teria permanecido em silêncio até o momento porque estava cuidando de William e Harry, que sofriam pela perda da mãe.
As cinco primeiras temporadas de “The Crown” (2016-23) estão disponíveis no catálogo da Netflix. A sexta e última já teve a primeira parte lançada, com 5 episódios, enquanto o restante chega ao catálogo em 14 de dezembro.
