10 revelações feitas na série documental “Pacto Brutal” sobre o assassinato de Daniella Perez

por | ago 3, 2022 | Séries

Com os últimos três episódios de “Pacto Brutal” liberados recentemente no HBO Max, novas informações chocantes a respeito do assassinato de Daniella Perez foram reveladas.

Uma das atrizes de maiores destaques na novela “De Corpo e Alma”, escrita por Gloria Perez, a morte da atriz causou uma grande comoção pública, o que fez com que muitas coisas saíssem do controle. Confira as maiores revelações da produção!

10 revelações feitas em “Pacto Brutal”

Bira foi escrito para outro ator

Reprodução/ Youtube

Bira na novela “De Corpo e Alma”, Guilherme de Pádua não aceitou que seu papel perdesse a relevância na reta final da trama, sendo deixado por Yasmin, papel de Daniella Perez, sendo esta uma das possíveis motivações do crime.

No entanto, durante a série documental da HBO Max, Gloria Perez revelou que o personagem Bira foi escrito para outro ator: Alexandre Frota.

Na época, o então ator estava no ar na novelas 19h e não recebeu a liberação do diretor artístico para migrar para a outra produção. Diante do impedimento, o diretor geral da novela teve que escolher um ator no banco de talentos da Globo, buscando o mesmo perfil físico.

Mesmo sem muita experiência na TV, Guilherme de Pádua foi o escolhido, apesar de ter tido um histórico agressivo no teatro, conhecido por alguns atores, mas pouco comentado na época.

Crianças foram as primeiras a desconfiar do assassino

Reprodução/ Youtube

Na noite do crime, duas meninas de cerca de 12 anos foram as últimas a tirarem uma foto com Daniella em vida. Fãs da atriz, elas ficaram esperando durante a noite a saída da artista do estúdio de gravação para ter um momento com ela.

Na ocasião, Guilherme de Pádua também parou para atender as crianças, já que estava cercando a filha de Gloria, fazendo questão de deixar o local ao lado dela.

Marcela era uma das crianças presentes. Na série documental, ela revela ter estranhado o comportamento de Daniella, que não parecia estar muito à vontade, estando nervosa e muito pálida.

Por não estar com um pressentimento bom, a mulher, que era uma criança na época, pediu para que seguissem o carro de Guilherme de Pádua, que saiu primeiro do estúdio e estacionou em um posto.

Estranhando a situação, Marcela conta que teve vontade de esperar para ver se o carro de Daniella apareceria por lá, mas por estar tarde, sua família decidiu ir embora.

Foi no local que o assassino deu o primeiro golpe na atriz e a colocou em seu carro, com a ajuda de Paula Thomaz, sua então esposa. No dia seguinte, ao ler as notícias, Marcela não teve dúvidas da culpa de Guilherme.

Assassino prestou apoio à família

Raul Gazolla em
HBO Max

Depois de matar Daniella Perez, o assassino retornou para casa, onde algumas horas após o crime atendeu um telefonema de Gloria Perez, que estava à procura de sua filha – até então, apenas desaparecida.

A sangue frio, Guilherme de Pádua comentou sobre os fãs que tiraram foto com os atores na saída do estúdio. Mais do que isso, ele ainda tentou demonstrar preocupação com a atriz e apareceu na delegacia para “prestar apoio” após a morte de Dani ser descoberta.

Lá, ele chegou a abraçar Raul Gazolla, marido de Daniella Perez, que explodiu de raiva um dia depois ao saber que o assassino de sua esposa teve a capacidade de fingir que não tinha nada a ver com a tragédia.

Violação do túmulo

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Em um dos momentos mais chocantes da série, é revelado que o túmulo de Daniella Perez foi violado por diversas vezes, sendo alvo de pessoas que tentavam roubar seus restos mortais.

Sem conseguir ter paz, a família da atriz decidiu comprar um outro túmulo, próximo à administração do cemitério, mas devido à gravidade da situação, Gloria Perez optou colocar o corpo de sua filha em um cofre, durante a virada do ano de 1999 para 2000.

Crime foi premeditado

Reprodução/ Youtube

Apesar de em suas declarações alegar que o assassinato aconteceu no calor do momento, após uma briga entre Paula Thomaz e Daniella, o crime de Guilherme de Pádua e sua esposa da época foi premeditado.

Na serie do HBO Max são reveladas todas as provas deste fato. Na noite do crime, o assassino chegou a adulterar a placa de seu carro, além de criar um álibi para sua esposa, passando um tempo no Barra Shopping.

No entanto, Guilherme chegou a passar em seu apartamento para buscar Paula e desceu também com um travesseiro e um lençol, possivelmente, para que sua esposa pudesse se esconder no carro enquanto ele ainda estava no estúdio gravando as cenas da novela.

Outro fato que sustenta isso é a arma utilizada no crime. De acordo com o assassino, foi usada uma tesoura que estava em seu carro, por ter sido algo inesperado durante a briga. No entanto, de acordo com o laudo pericial, com base nas lesões feitas em Daniella, o assassinato só poderia ter sido com uma adaga, que nunca chegou a ser encontrada. Na versão dos condenados, a arma do crime foi jogada no mar.

A investigação de Glória Perez

Gloria Perez se pronunciou sobre assassinato da filha em série documental da HBO Max.
Reprodução/ HBO Max

Conforme mais informações apareciam sobre a noite do crime, Gloria Perez decidiu começar uma investigação por conta própria, já que a polícia deu o caso como encerrado em poucos dias, sem ter todas as respostas para o assassinato. A autora começou pelo posto de gasolina onde Daniella Perez teria sido vista viva pela última vez.

No local, os frentistas teriam visto Guilherme de Pádua agredindo a atriz e a colocando em seu carro, com os dois veículos (o dele e a da vítima) saindo na sequência. No entanto, por medo da repercussão do caso, os funcionários do posto evitaram a todo custo falar sobre o que viram.

Mais do que isso, poucos dias depois, todos os funcionários que trabalharam naquele turno foram demitidos e o cheque usado por Daniella Perez para pagar o abastecimento foi parar em um posto de outra região, aumentando ainda mais a suspeita de que eles escondiam algo.

Com muita persistência, aos poucos Gloria Perez conseguiu encontrar alguns dos funcionários daquele local. A autora procurou de região em região e, ao encontrá-los, insistiu de todas as formas para que eles testemunhassem contra Guilherme, chegando até mesmo a apelar para a mãe de um deles.

Em outro caso, do funcionário que lavou o carro do assassino após o crime, a autora contou com a ajuda de grandes nomes da igreja evangélica para convencê-lo a falar na delegacia sobre o que viu.

Apesar de ter muito medo de retaliação, o homem que passou semanas fugindo da mãe de Daniella, se escondendo em sua casa e fazendo com que a autora ficasse do lado de fora na chuva, acabou falando e ajudando no caso.

Mudança na lei

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Em 1992, somente assassinatos relacionados a crimes ao patrimônio eram considerados crimes hediondos. Em outras palavras, apenas se encaixava nessa categoria as mortes que eram acompanhadas de roubos aos bens materiais da vítima.

Casos de sequestros, sem o pedido de resgate, ou ‘apenas’ assassinatos, não eram considerados crimes hediondos, algo que o torna inafiançável e insuscetível de graça, indulto ou anistia, fiança e liberdade provisória.

Ao se deparar com este fato, Gloria Perez se juntou à luta de tantas outras mães que discordavam desta brecha na lei, propondo uma nova emenda.

Através de seus advogados, a autora descobriu haver um dispositivo na constituição que permite a população a criar leis que acreditem ser justas. Desta forma, ela passou a lutar para incluir o homicídio qualificado em crimes hediondos.

A mãe da atriz não descansou até que o projeto fosse aprovado pelo congresso, buscando auxiliar as futuras famílias que fossem afetadas por este sofrimento. No entanto, para que isso fosse possível, Gloria Perez precisaria de mais de um milhão de assinaturas, vindas de todo o país, em um curto espaço de tempo.

Com a ajuda da mídia e de outros famosos, além das mães que aderiram à luta, a autora conseguiu cerca de um milhão e trezentas mil assinaturas em apenas três meses.

Correndo contra o tempo, Gloria Perez compareceu ao Congresso no último dia em que a votação poderia ocorrer e implorou durante horas para que os deputados ficassem no plenário para que houvesse quórum.

Por não ser algo de interesse deles, muitos ignoraram os pedidos da autora e deixaram o local. O projeto só foi aprovado por conta de Humberto Lucena, o presidente do plenário da época, que votou no projeto dentro da categoria urgência urgentíssima, forma em que se pode validar algo sem a necessidade do quórum.

Passado violento

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Em um outro momento da série documental, a produção explora o passado dos assassinos, revelando que o ciúme extremo sempre fez parte da dinâmica afetiva entre Guilherme de Pádua e Paula Thomaz.

Antes de fazer sucesso na televisão, o criminoso começou a sua carreira em uma casa de stripper, onde recebia diariamente a visita da mulher que o ajudou no assassinato.

Em relatos da época, foi revelado que Paula foi expulsa e proibida de entrar na casa de apresentações, por arrumar grandes brigas motivadas pelo seu ciúme do artista.

Quando questionado sobre o seu passado, durante diversas vezes o assassino negou ter feito parte deste grupo de stripper, mesmo com diversas testemunhas e registros.

Ao colocar na sua cabeça que se tornaria um grande ator, Guilherme de Pádua teve participação em duas peças teatrais em que interpretou o mesmo perfil: um garoto de programa que assassinava alguém.

Em uma delas, na produção “Blue Jeans”, um grande sucesso da época, o criminoso foi o responsável por diversas polêmicas nos bastidores.

Tido como “fora da casinha” por muitos colegas de elenco, o assassino dividiu elenco com Maurício Mattar, Carlos Loffer e Fábio Assunção. Em uma das cenas, ele chegou a passar do ponto e a dar um soco em Assunção. Em outro momento, ele machucou um ator com um canivete, além de muitas outras situações fora do comum e violentas, que sempre contavam com a participação de de Pádua.

Obsessão pela fama

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Ao receber seu primeiro convite para a televisão, o criminoso não pensou duas vezes antes de largar completamente a peça “Blue Jeans”, deixando uma carta que irritou Wolf Maia, o diretor da atração.

“‘Eu agora não posso estar mais aqui, vou me tornar um outro tipo de ser humano, chegou a minha vez de fazer sucesso, não posso mais expor minha bunda no ‘Blue Jeans’, porque ela vai valer alto’. Eu fiquei com raiva e rasguei a carta, mas depois eu me arrependi, porque ela seria útil para conhecer ele”, relembrou o diretor.

A obsessão pela fama foi a principal motivação encontrada para o crime. Ao perceber que Bira perderia a relevância em “De Corpo em Alma”, por não terminar a história ao lado de Yasmin, o assassino insistiu que mudaria os rumos da trama.

Mesmo depois do crime, Guilherme de Pádua nunca demonstrou arrependimento, transparecendo certa satisfação em se tornar conhecido – mesmo que por um motivo brutal.

Apesar de ter sido preso em uma das piores penitenciárias, o criminoso afirmou não se importar e gostar do local, afirmando que era bem tratado – além de receber diariamente milhares de cartas de mulheres que se declaravam para ele.

Mordomias de Paula Thomaz

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Assim como Guilherme de Pádua, a criminosa também não enfrentou muitas dificuldades na cadeia. Além de quase não ter sido investigada como suspeita do crime, já que, incialmente, a polícia preferiu aliviar para ela, Paula Thomaz teve mordomias na cadeia.

Grávida de seu primeiro filho, a assassina ganhou o direito de uma cela particular com muita comodidade, onde pôde morar com o bebê mais de um ano após o seu nascimento.

Entre os absurdos, a criminosa tinha “presas funcionárias”, que faziam serviços para ela, como depilação, unha, limpeza de cela, entre outros. Em denúncias, também foi revelado que Paula Thomaz tinha a chave da própria “acomodação”, ficando livre para sair e entrar, com televisão, som a laser, decoração especial, além de poder dar festas no local.

Guilherme de Pádua morreu, aos 53 anos, em 6 de novembro de 2022, após sofrer um infarto em sua própria casa, em Belo Horizonte. O ex-ator se tornou pastor após cumprir pena pela tragédia que assolou a família Perez.

“Pacto Brutal”