“Antracite” é inspirada em história real? Série francesa aborda seitas e rituais

por | abr 14, 2024 | Séries

Em destaque no catálogo da Netflix, “Antracite” aborda os mistérios por trás de uma perigosa seita que provocou um suicídio em massa, há trinta anos, em uma cidade nos Alpes Franceses.

Lançada em abril de 2024, a minissérie começa com o desaparecimento de um jornalista que investigava o caso de 1994, e a partir dele, uma nova série de crimes assusta os moradores dessa cidade e todos os envolvidos na história.

Envolvente, a minissérie entrou para o Top 10 da plataforma e levantou a dúvida: é inspirada em uma história real? E a resposta é: “maios ou menos”. Entenda.

“Antracite” na Netflix

O ponto de partida de “Antracite” se dá quando o caso do suicídio em massa provocado por uma seita religiosa é reaberto por um jornalista, que desaparece misteriosamente. A filha dele, Ida (Noémie Schmidt), parte em uma jornada para descobrir o que aconteceu com ele.

Jean-Philippe Baltel/Netflix

Quando chega à cidade nos alpes franceses onde o crime aconteceu, ela se depara com a morte de uma menina, praticado nos mesmos moldes da seita. Jaro Gatsi (Hatik), conhecida por ser um bad boy na região, é apontado como o culpado pelo assassinato, mas se une a Ida para provar sua inocência e descobrir a verdade.

Eles investigam por conta própria e vasculham documentos antigos da seita para descobrir alguma pista relacionada aos mistérios que rondam a cidade.

Bastidores das gravações de
Christine Tamalet/Netflix

Com uma trama recheada de detalhes sobre a seita e seus rituais, “Antracite” deixou os espectadores na dúvida se se trata de uma história real ou não, e a resposta é “mais ou menos”.

História real por trás de “Antracite”

Os roteiristas Fanny Robert e Maxime Berthemy criaram “Antracite” como uma história de ficção, mas usaram elementos de um caso parecido e famoso que aconteceu na mesma região em 1995, relacionado à seita Ordem do Templo Solar, criada em 1984 por Luc Jouret e Joseph De Mambro em Genebra, na Suíça.

Os roteiristas Fanny Robert e Maxime Berthemy
Thibault Grabherr/Netflix

Em dezembro de 1995, foram encontrados 16 corpos carbonizados em uma região montanhosa e de difícil acesso de Grenoble, nos alpes franceses, com indícios de relação com a seita. Na época, as autoridades envolvidas associaram o crime a algum ritual bizarro, sendo a Ordem do Templo Solar (OTS) a organização apontada como suspeita.

Conhecida por reunir membros milionários, um dos principais objetivos da OTS era convencer os integrantes da seita que a morte coletiva os levaria para a estrela de Sirius e lhes daria a existência eterna. A organização teve grande força no Canadá, na França e na Suíça nos anos 1990.

Thibault Grabherr/Netflix

Apesar de o crime ocorrido em dezembro de 1995 não ter sido o único feito nesses moldes, foi ele que marcou a roteirista Fanny Robert, que cresceu na região de Grenoble, na França.

“Nós fazemos parte de um pequeno trauma de adolescência que foi o Massacre do Tempo Solar [como ficou conhecido o caso], que aconteceu a alguns quilômetros de onde eu morava”, disse Fanny em uma coletiva promocional da série. “O crime provocou uma desaceleração da região e se inseriu no nosso imaginário”.