Primeira novela do Globoplay, “Todas as flores” aborda uma trama sensível através da protagonista Maíra, interpretada por Sophie Charlotte, que é deficiente visual e desprezada pela mãe por conta de sua condição, mas engana-se quem pensa que a diversidade fica restrita à história. A produção conta com um time de PCDs para auxiliá-los nas gravações — e uma delas até atua!
“Todas as Flores” incentiva diversidade do elenco à produção
Nas telinhas, veremos Maíra, uma mulher cega e sonhadora, que come o pão que o diabo amassou nas mãos de sua família, mas desperta uma paixão em Rafael, personagem de Humberto Carrão, que sofreu de cegueira temporária e sente empatia por sua condição.
Por comandar uma empresa de sucesso, a Rhoedes, Rafael também é visto implementando algumas políticas para pessoas com deficiência (PCDs), contando com o apoio fundamental de Camila Alves, deficiente visual e intérprete de Gabriela, responsável pela consultoria nos bastidores.
Camila é uma mulher cega, humana de seu cão-guia Astor, com quem gravou todas as cenas, mas o que pouca gente sabia é que também atua como psicóloga e educadora e se tornou essencial ao elenco para auxílio na gravação das cenas mais densas e que exigem maior sensibilidade.
“Eu acho que a principal participação da Gabriela na trama é poder trazer mais sobre quais narrativas da deficiência a gente coloca no audiovisual hoje em dia, a gente tem um problema estrutural e histórico com representações da deficiência no audiovisual”, declarou Camila, em coletiva de imprensa da qual o Zappeando participou.
“A chegada de Gabriela e dos outros personagens cegos na trama está tentando fazer essas mudanças estruturais nessas representações. Não sei o quanto a gente consegue ou não, mas a gente vem tendo conquistas”, comemorou a atriz. Camila não é a única escalada para auxílio nos bastidores.
A assistente de direção Nathalia Santos também tem deficiência visual e ajuda Sophie a viver Maíra. “O que eu acho importante é reafirmar o compromisso que a gente têm assumido nessa novela com a reflexão da deficiência, com versões que tirem a gente, a imagem da vida das pessoas de um lugar subalterno, estigmatizado”, acrescenta Camila.
Por trás das câmeras, a diversidade permanece em cada escolha da Globo. Mais profissionais cegos ou com baixa visão, como a bailarina e preparadora Moira Braga e o operador de áudio Marcelo Edward, foram preferências da emissora, de forma a contribuir ativamente para esse universo.
A partir de 19 de outubro, “Todas as Flores” fica disponível no Globoplay, ganhando 5 episódios por semana.
