Morre Zé Celso, dramaturgo que transformou a forma de se fazer teatro no Brasil

por | jul 6, 2023 | Celebs

Maior nome da dramaturgia nacional, Zé Celso Martínez Corrêa morreu na manhã desta quinta-feira aos 86 anos em São Paulo. O artista estava sob cuidados intensivos no Hospital das Clínicas há dois dias após um incêndio em seu apartamento – e, após uma piora no quadro, faleceu nesta manhã.

O artista, que recebeu imensa torcida por sua plena recuperação por parte de famosos, construiu uma carreira brilhante nos palcos, inovando em diversas frentes e criando, inclusive, o Teatro Oficina, uma das companhias de teatro em atividade permanente mais longevas do Brasil.

Morre Zé Celso, dramaturgo que criou marco no teatro nacional

Após dois dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas, em São Paulo, o dramaturgo Zé Celso teve uma piora em seu quadro de saúde e morreu na manhã desta quinta-feira (6) aos 86 anos de idade.

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Na última terça-feira (4), um incêndio atingiu o apartamento onde Zé Celso vivia com o marido e mais dois amigos na região do Paraíso, zona Sul da capital paulista, enquanto o dramaturgo dormia. Ele teve mais de 50% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos.

A morte de Zé Celso foi confirmada pelo perfil oficial do Teatro Oficina, instituição criada por ele, no Instagram. “Nossa fênix acaba de partir pra morada do sol. Amor de muito, amor sempre”, escreveu o perfil da instituição, que simboliza parte do enorme legado do dramaturgo na cena do teatro.

Nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, em 1937, Zé Celso é um dos principais líderes quando o assunto é teatro brasileiro. Marcado por renovação constante, provocação, teor político e obras sensoriais, o trabalho do dramaturgo e diretor foi um marco importante na cena.

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Apesar de não ter concluído o curso que começou a estudar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, foi neste contexto que o diretor fundou o Grupo de Teatro Amador Oficina, que posteriormente ganhou uma sede e passou a ser conhecido apenas como Teatro Oficina.

Desde 1982, a instituição é tombada como patrimônio histórico e, atualmente, é considerada uma das companhias de teatro mais longevas do País.

Obras cheias de improviso compõem uma das marcas registradas do diretor. Ao longo da carreira, ele criou peças que inovaram a relação entre os atores e a plateia, nas quais o público era fisicamente instigado – algo apelidado por ele de “te-ato”.

Tanto Zé Celso quanto os integrantes do Teatro Oficina sofreram com a censura e a perseguição política no contexto do regime militar. O dramaturgo, inclusive, chegou a ser preso e torturado – algo que culminou na busca do diretor por exílio em Portugal, onde viveu durante quatro anos.

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No teatro, trabalhos como o espetáculo “Roda Viva”, de Chico Buarque, “Andorra”, “Galileu Galilei”, “O Rei da Vela”, “Ham-let” e “Pequenos Burgueses” marcam sua trajetória, que foi ainda além, chegando inclusive ao cinema. Ao longo da trajetória, ele atuou em obras como “Encarnação do Demônio”, dirigido por José Mojica Marins (mais conhecido como Zé do Caixão.

Na vida de Zé Celso, até mesmo seu casamento foi uma obra de arte. Em 2023, ele oficializou a união de mais de 40 anos com o ator Marcelo Drummond, evento que aconteceu no próprio Teatro Oficina com apresentações de Daniela Mercury, Marina Lima, Bete Coelho e mais.

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